Não é de hoje que o Brasil, um
país tipicamente rodoviário, procura uma alternativa para o petróleo
como fonte principal de energia. Esse mérito, que contraria as
intenções governamentais, pertence aos nossos cientistas, pesquisadores
sacerdotais, que merecem o maior respeito.
Enquanto, nos anos de
1973 e 1979, os derivados de petróleo registravam suas duas piores
crises. Hoje, o mercado brasileiro não apenas vem atingindo sua
auto-suficiência petrolífera, como também já possui energia alternativa
em escala, substituindo o petróleo que, além de possuir uma extração
ambientalmente agressiva, é considerada uma matéria-prima do tipo não
renovável.
Tecnicamente, a gestão ambiental considera
empreendimento sustentável aquele que, independente da grandeza de sua
escala de produção, utiliza matérias-primas renováveis. O Brasil, assim
como outros países de características tropicais, possui essa vantagem
em termos energéticos.
Enquanto as cotações internacionais do
petróleo chegam a um preço elevado frente a instabilidade políticas do
oriente médio, as indústrias do setor automobilístico brasileiro vêm
esbanjando tecnologia criativa, conhecida por total flex.
A
mesclada independência energética transformou o pioneiro projeto
brasileiro implantado em 1975, o “Proálcool”, em um modelo mesclado de
energia alternativa. Agora, o consumidor já pode optar pelo melhor
preço ao abastecer seu veículo.
Mas o ideal ainda não chegou. A
vulnerabilidade da economia oligopolista brasileira, somada à
dependência dos interesses internacionais e à ineficiência de nosso
frágil governo, provoca controle artificial nos preços de qualquer
energia alternativa. Ou seja, a energia alternativa, em termos
ambientais, pode até ser “bio”, mas, economicamente, é sempre “bi”,
pois os preços disparam.
Enquanto isso, o mercado Japonês já
desfruta dos carros híbridos elétricos. Trata-se de uma tecnologia
limpa, constituída por um conjunto de baterias a base de hidrogênio,
que são carregadas enquanto o veículo de motor a combustão se encontra
em movimento. Esse triunfo ambiental ainda custa muito caro, mas
certamente já ameaça a festa dos petrodólares anti-ambientais.
Albert Gradvohl
Professor de Gestão Econômica Ambiental da Unifor